sábado, 25 de agosto de 2007

Campanha pelo dramalhão

A novela das oito (ou das nove?) é uma das menos emocionantes dos últimos tempos. E eu não falo de emoção no sentido de ter ação, pois isso a novela tem de sobra. As peripécias de Bebel, Olavo, Antenor, Paula e Daniel acontecem de forma rápida. Uma agilidade que a a anterior "Páginas da Vida" não tinha. Mas essa, pelo menos, emocionava. Era Manoel Carlos. Só podia dar nisso.

Mas não falemos do Leblon. Voltemos ao paraíso tropical de Copacabana. Quando eu falava em emoção, falava no sentido de emocionar mesmo. De fazer com que as senhoras espalhadas pelo país enxuguem suas lágrimas na manta de tricot inacabada. De fazer com que marmanjos tenham todos, coincidentemente, ciscos nos olhos entre às 21h e às 22h. E olha que Gilberto Braga tenta. Clichês, histórias dramáticas, perdas, separações. Nada parece dar resultado.

Eu já vinha observando essa deficiência no folhetim faz algum tempo. Mas foi na semana passada que eu vi que, realmente, estava difícil de fazer alguém chorar. Eu nunca fui, e falo com toda sinceridade, um cara de chorar com filmes e novelas. E mesmo que fosse, não teria problema algum em admitir. A cena em que Fred (Paulo Vilhena) explica a Camila (Patricia Werneck) sobre as circunstâncias da perda da mãe me mostraram a falta de habilidade de Gilberto Braga para emocionar. Eu passei por situação semelhante àquela há uns 14 anos. Trocando mãe por pai e uma doença por outra, foi mais ou menos o que aconteceu comigo. E esse é um dos poucos tipos de cenas que fazem minhas lágrimas rolarem na frente da TV. E nada.
A obrigação de escrever quase diariamente sobre TV nesse blog me fez começar a investigar sites de fofocas na internet. E estava lá: "Paraíso Tropical" tem a menor média de audiência das últimas quatro novelas da Globo no horário. Não é a toa.

Mas só pra dirimir qualquer dúvida, resolvi consultar a minha, agora, assessora especial para assuntos emocionais de televisão, minha cunhada. Ela sempre teve a característica de chorar até em propaganda de margarina e, se ela não estivesse chorando com essa novela, não sei mais quem poderia estar. E não é que nem ela lembra qual foi a última vez que isso aconteceu nos últimos meses?

É, meus amigos, mais sorte com a próxima.

2 comentários:

Natália Leal disse...

ah, eu quase chorei quando a guria descobriu que era filha do cafetão... o pai e ela tiveram uma conversa tri emocionante...

mas tá, acho que não tá cumprindo com seu dever de novela.

Anônimo disse...

qual o dever de uma novela?